A história de Caxias do Sul, um dos principais municípios do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, começa antes da colonização italiana na região. Habitada desde tempos imemoriais por índios nômades, no século XVII a área era percorrida pelos missionários jesuítas, que tentaram fundar reduções, mas sem sucesso, sendo registrada a presença no distrito de Santa Lúcia do Piaí do padre Cristóvão de Mendoza, que ali foi morto pelos nativos em 1635. Um pouco antes de 1790 as terras do que hoje é o seu distrito de Fazenda Souza foram ocupadas por Inácio Souza Corrêa, soldado do destacamento de Santo Antônio da Patrulha, que ali fundou uma estância para criação de muares,mas o povoamento efetivo só ganharia impulso com a chegada de levas de imigrantes italianos a partir de 1875. Desde então se desenvolveu rapidamente para em 2008 ser uma das 50 maiores cidades do país, com mais de 400 mil habitantes,tornando-se uma das mais fortes economias do estado.[Economia e infra-estrutura
Na virada do século o setor industrial estava se estruturando a partir da microindústria artesanal de transformação de produtos alimentícios básicos como o milho e trigo para farinha, a uva para o vinho e a graspa, os suínos para embutidos e banha, e de produtos naturais como a madeira da araucária, que existia em abundância e tem excelente qualidade. O comércio já mostrava um desenvolvimento também expressivo fazendo circular esses produtos derivados, tanto que contatos comerciais para colocação do vinho caxiense já estavam estabelecidos com São Paulo por pioneiros como Abramo Eberle. De fato, o apelido de Pérola das Colônias pelo qual a cidade é conhecida foi-lhe dado por Júlio de Castilhos quando a visitou já em 1890, admirado com o trabalho realizado em tão pouco tempo.[43]O século inicia com um acontecimento de importância, a fundação em 1901 da primeira entidade de classe da cidade, a Associação dos Comerciantes, sinal visível do início da organização da sociedade em bases mais efetivas. A Associação teve papel de enorme relevo em toda a região e surgiu como a maior força social depois da Intendência e do Conselho Municipal caxienses. Mantinha um controle rígido e eficiente sobre o comércio, tinha grande influência junto ao poder constituído, intervindo beneficamente em crises econômicas como as de 1923 e 1929 e em problemas de infra-estrutura local como nas carências de energia elétrica e de água, participou do movimento que alterou o traçado original da BR 116 para que passasse pela cidade, assumiu a direção da Festa da Uva e estendia sua atuação à área assistencial, como quando na Revolução de 30 auxiliou as famílias dos combatentes caxienses e deu mais tarde subsídios para implantação de programas de saúde e educação públicas. A Associação, apesar de algumas crises internas e desavenças com as autoridades, liderava todas as questões que de uma forma ou outra diziam respeito aos interesses das classes produtoras, mesmo quando se tratavam de assuntos exclusivamente agrícolas, já que todas as atividades produtivas nessa fase desembocavam no comércio.[44][45][46]O telefone já havia sido introduzido em 1895, o telégrafo chega em 1906, e o jornal La Libertà inicia sua publicação (em italiano) em 1909,[47] retirando a cidade de seu relativo isolamento. Também aparecem nos primeiros anos do século XX associações beneficentes como a Associação das Damas de Caridade (1913) e o primeiro hospital importante, o Nossa Senhora de Pompéia, inaugurado em 1920,[48] e os primeiros bancos abrem suas agências - Banco da Província em 1918, Banco Nacional do Comércio em 1920.[49] A energia elétrica ilumina a cidade a partir de 1913, oferecendo maior conforto e possibilidades de socialização, ao mesmo tempo em que impulsiona as atividades produtivas.[50]As feiras agro-industriais se multiplicam na zona rural e na sede urbana, se expandem até para a capital do estado, e se consolida a Festa da Uva como atração comercial e turística de âmbito regional. Os profissionais autônomos especializados encontram um mercado maior e são formados sindicatos, acompanhando a crescente urbanização da sede, que começa a edificar com maior sofisticação em alvenaria abandonando as construções de pedra e madeira que eram típicas dos primeiros tempos, e podendo agora erigir monumentos e se preocupar com a macadamização das ruas centrais e o embelezamento dos principais logradouros públicos..[51][52]Em 1º de junho de 1910 a Villa de Santa Thereza de Caxias foi elevada à condição de cidade pelo Decreto nº 1607, simplificando seu nome para Caxias, no mesmo dia em que chegava ali o primeiro trem..[50] As estatísticas de 1910 revelam que já funcionavam na cidade 235 indústrias e 186 casas comerciais.[53] Outras etnias como os portugueses, polacos, negros, alemães, judeus eram atraídas para lá e contribuíam para o desenvolvimento geral, e a agropecuária já não era a base maior da economia, embora ainda sustentasse tanto comércio como a indústria. Na primeira metade do século XX as atividades de cultivo e transformação da uva voltadas para o comércio se firmariam como o principal interesse econômico local.[25]
Contudo, em 1911 se deflagra uma séria crise no setor vitivinícola causada pela super-safra e pela adulteração do vinho nos centros distribuidores do Rio de Janeiro e São Paulo, com o conseqüente descrédito do produto, obrigando o governo federal a contratar da Itália Stefano Paternó para organizar as primeiras cooperativas de produtores no sul. A iniciativa contou com o apoio imediato do governo estadual, que as isentou de vários impostos, e foi Paternó quem conseguiu reorganizar também a Associação Comercial, que estava na época desativada por problemas diversos, e a conduziu a uma fase de maior entendimento com o poder público. Não obstante seus esforços, as cooperativas em sua maioria fracassaram e a crise se prolongaria com altos e baixos até a década de 1930.
A I Guerra Mundial não teve conseqüências negativas para a economia de Caxias do Sul, sequer foi mencionada nas atas da Associação Comercial até 1919. Ao contrário, o número de categorias empresariais havia se elevado para mais de 40, com um capital de quase 5 mil contos de réis, e a dificuldade nas trocas internacionais imposta pelo conflito obrigou a indústria local a encontrar soluções alternativas para a falta de certos bens importados, destacando-se a atuação da Metalúrgica Abramo Eberle, que foi mais tarde uma das forças para o direcionamento da economia local para o setor metal-mecânico, hoje a principal fonte de rendas do município. Houve ainda a introdução de novo maquinário e técnicas modernas no campo da vitivinicultura.,.[54][55][56]
Da mesma forma, a Grande Depressão de 1929 foi de certa maneira benéfica para o Brasil, estimulando a industrialização interna a fim de suprir um mercado em crescimento que dependia até então mais das importações. Mesmo que tenha sido sentido um impacto sério na região pela escassez de capital circulante, limitando o crédito e impedindo o cumprimento de compromissos, o incentivo do governo federal às atividades primárias resultou, num primeiro momento, em crescimento do comércio e indústria locais, ainda fortemente baseados no beneficiamento de produtos naturais. Contudo, esse crescimento em meio a uma crise geral logo desencadeou uma grave escassez de energia elétrica e de transportes, chegando ao ponto de afugentar empresas e ameaçar o funcionamento de uma das maiores indústrias caxienses da época, a de Abramo Eberle. Novamente a Associação Comercial interveio e aglutinou os esforços da classe empresarial e do poder público, contornando o problema, e demonstrando a grande união da sociedade em torno de objetivos comuns. Apesar do apoio do governo Vargas às atividades primárias, sua nova legislação trabalhista e previdenciária obrigou a uma reestruturação das relações sociais de trabalho. Assim foram reorganizados o calendário de trabalho e o Sindicato dos Comerciantes e Industriais, e foi criada uma Comissão Mista de Conciliação das Classes Empresariais e Trabalhadora, visando uma adequação à nova legislação.[57] Novas determinações da administração municipal na área de saúde pública ao final da década de 1930 também tiveram o efeito de melhorar as condições de trabalho nos estabelecimentos comerciais e industriais da cidade, e as questões do fornecimento de água e luz, e disposição dos esgotos e do lixo, passaram a receber atenção concentrada do poder público.[58]
Durante a II Grande Guerra outra vez os problemas se convertem em benefícios e se observa um crescimento na atividade das indústrias. Algumas empresas locais foram declaradas pelo governo como "de interesse militar", e confiscadas para produzirem com plena capacidade para o exército. Seus operários eram tratados como soldados e eram impedidos de abandonar o local de trabalho sob pena de serem considerados desertores. Essa pressão acabou por estimular o surgimento de uma economia mais dinâmica, começando a ser abandonado o padrão econômico tradicional.[59]
Em suma, na primeira metade do século XX a cidade cresceu muito e diversificou seu espectro econômico, levada a isso tanto pelo sucesso da vitivinicultura como pela progressiva urbanização e pela falência do sistema colonial da pequena propriedade familiar. A sucessiva fragmentação das propriedades rurais entre os múltiplos herdeiros as tornou incapazes de prover o sustento das famílias, geralmente grandes, ocasionando o êxodo rural e transformando boa parte dos antigos agricultores em operários da indústria e comércio, que se expandiam na sede urbana, tornando-se comum também a figura do camponês que trabalhava parte do tempo como operário urbano para complementar a renda de seu grupo. É interessante assinalar que a atividade do operário era considerada leve para quem estava acostumado com o trabalho exaustivo na terra. No total o trabalhador não raro acumulava 16 horas de trabalho diário.[60]
Apesar das dificuldades dessa transição de modelo econômico, de crises econômicas e de problemas políticos e sociais, o resultado global foi expressivamente positivo, como mostram alguns indicadores. O número de escolas públicas cresceu sem cessar: em 1901 são 20 na zona rural e 4 na zona urbana; em 1914 são criadas duas de ensino técnico; em 1922 já são 79 rurais, 14 estaduais e 20 administradas pelo município, e entre 1946 e 1948 são fundados 23 cursos supletivos e também bibliotecas rurais itinerantes. O orçamento municipal para a educação se moveu de 0,93% em 1902 para 12,81% em 1949, e a população urbana passou de 2.500 em 1900 para 36.742 pessoas em 1950.[61][62] Muito desse progresso econômico inicial se deveu à formação de uma cultura própria, que se fundava nos laços étnicos, nos objetivos comuns e numa rede de confiança mútua entre os participantes, o chamado capital social, que é uma força produtiva por si mesmo, "possibilitando a realização de certos objetivos que seriam inalcançáveis se ele não existisse".[63] A primeira metade do século encerra na cidade com o aparecimento de uma emissora de rádio, a Rádio Caxias, que a partir de 1946 também deu sua contribuição à economia por servir de eficiente veículo de propaganda das empresas, quando até então a divulgação dos produtos dependia de jornais, do boca-a-boca e de alto-falantes.[59]
As festas religiosas continuavam a ter papel relevante na congregação social, e em função do enriquecimento da cidade podiam mesmo aumentar agora seu brilho, contando com a colaboração diligente de várias sociedades de caráter devocional, como o Apostolado da Oração e a Juventude Feminina Católica, que organizavam as atividades, recolhiam doações e preparavam os ornamentos. As datas mais celebradas eram as festas principais da igreja, como o Natal, a Páscoa e o dia da padroeira da Catedral, Santa Teresa de Ávila. Essas festas, que incluíam missas, procissões e litanias nas igrejas, eram acompanhadas de quermesses com várias atrações populares: jogo da tômbola, jogo da mora, pau de sebo, tiro ao alvo, apresentações de bandas e outras. De início ao ar livre, mais tarde no inverno passaram a acontecer em galpões ou no térreo do Bispado, e a partir de 1947, organizadas em torno da Catholica Domus, a secretaria episcopal, quando a novidade foi a compra pelo Bispado de um conjunto instrumental jazzístico para as apresentações do grupo As Garotas do Jazz, que fazia grande sucesso.[64]
Momento especial foi a realização do Congresso Eucarístico Diocesano em 1948, que mobilizou virtualmente toda a cidade e atraiu multidões de fora, quando foi construído um altar monumental na praça Dante e enorme cortejo de automóveis acompanhou o traslado da imagem de Nossa Senhora de Caravaggio desde seu santuário em Farroupilha até a Catedral, onde permaneceu por algumas semanas..[65] Por fim, a celebração dos sacramentos como a Primeira Comunhão, a Crisma e o Casamento, verdadeiros ritos de passagem, continuava a ser rodeada com o máximo luxo que as famílias eram capazes de oferecer na confecção dos trajes, no adorno da igreja e nas festas que se seguiam, e tais datas constituíam um acontecimento tanto religioso como social.
Paralelamente à continuidade do fator religioso como elo unificador da sociedade, o crescimento econômico de Caxias do Sul e o fim da fase de assentamento dos imigrantes possibilitaram a formação de uma elite,[66] que adquiria mais informação, era mais educada e pôde se dedicar mais ao lazer e à cultura em padrões menos folclóricos e mais cosmopolitas, enquanto a população em geral também se beneficiava desses avanços. Sob o estímulo das classes superiores são criados os primeiros cafés e clubes recreativos, como o Clube Juvenil (1905) e o Recreio da Juventude (1912), que ofereciam uma programação cultural aos seus sócios onde a participação feminina era destacada, incluindo récitas de poesia e música, concursos temáticos e esportivos, e realizando os primeiros bailes de gala locais.
Também aparecem clubes esportivos amadores, como o Esporte Clube Juventude (1913) e o Grêmio Esportivo Flamengo, o atual SER Caxias (1935). Em 1917 é criada pela Intendência a primeira biblioteca pública, e surgem os primeiros teatros e salas de cinema, como o Cinema Juvenil (antes de 1910), o Cine Theatro Apollo (1921), o Cinema Central (1927-28), que traziam a produção cinematográfica mais atualizada da época, davam espaço para companhias itinerantes de teatro e amadores locais, e até mesmo para grupos operísticos. Merece referência também a criação em 1937 do Centro Cultural Tobias Barreto de Menezes, fundado por Percy Vargas de Abreu e Lima, importante personalidade intelectual da cidade, embora nascido fora. O Centro oferecia cursos noturnos gratuitos de Humanidades e Ciências abertos a toda a população, desenvolvia uma série de outras atividades culturais, e foi um foco de discussão política em função das idéias socialistas do fundador. A atual Casa da Cultura da cidade leva o seu nome. Outra associação cultural importante foi o Centro Literário José de Alencar, criado pelo Círculo Operário Caxiense em 1939, realizando conferências, sessões de leitura e dispondo de boa biblioteca.[67][68]
Os costumes sociais e a paisagem urbana são registrados no início do século pelos importantes fotógrafos Julio Calegari, Giacomo Geremia e Ulysses Geremia, muito requisitados na época e deixando obra extensa de grande sensibilidade e requinte artístico especialmente na retratística, que constitui um precioso trabalho de documentação visual do espírito da época. Finalmente, no campo das artes plásticas, alguns nomes merecem ser lembrados por continuarem a tradição artesanal de arte sacra fundada pelos primeiros santari, os santeiros, de fins do século XIX e início do século XX. Dentre eles são importantes Estácio Zambelli e sobretudo Michelangelo Zambelli, ambos filhos do pioneiro Tarquinio Zambelli. Deixaram especialmente o segundo vasta obra de estatuária espalhada em templos de toda a região, com belos exemplares na Catedral, no Museu Municipal e em coleções privadas. Michelangelo foi recentemente distinguido com a criação em 2004, pela Prefeitura em parceria com a Festa da Uva, do Memorial Atelier Zambelli, destinado a preservar sua memória e obra.
Os movimentos políticos e revolucionários da primeira metade do século XX também exerceram impacto local. As eleições para Presidência do Estado em 1922 foram manchadas por fraudes e intimidações. Os títulos eleitorais dos contrários à linha Castilhista foram retidos, gerando protestos públicos em massa que graças à intervenção do padre João Meneguzzi não acabaram em tragédia.[69] A ascensão claramente manipulada de Borges de Medeiros ao poder estadual desencadeou a Revolução de 1923, culminando um período de crise política e econômica que se desenhava há algum tempo, com conseqüências negativas para o comércio e indústria de Caxias do Sul. As associações comerciais da cidade tentaram então minimizar os problemas através de pleitos junto ao governo federal.[70]
Não obstante as dificuldades, em 1925 foi comemorado o cinqüentenário da imigração italiana no Brasil, num período que se mostrou extremamente propício para se iniciar uma consagração pública dos sucessos já alcançados e consolidados, objetivando primeiramente integrar as elites coloniais no panorama histórico estadual, até então dominado pelas representações pastoris-latifundiárias. Tentou-se aproveitar para isso o apoio dado pelas colônias à política de Borges de Medeiros, que tecia uma apologia sobre as realizações dos pequenos proprietários e dos imigrantes brancos, mas na prática tentava evitar que eles ascendessem à administração pública superior. Esse discurso político dúbio encontrava eco em intelectuais como Alfredo Varela e Moysés Vellinho, que se preocupavam com a competição do elemento italiano, considerado menos nobre, com a tradição mais prestigiada da família portuguesa. Ao mesmo tempo, na Itália fascista, surgia o interesse de se reconstituir a história dos emigrados interpretando-a como poderosa contribuição civilizatória da raça latina ao Novo Mundo, e instando os italianos daqui para que defendessem sua origem étnica.[71][72] Benito Mussolini, no prólogo do álbum comemorativo Cinquantenario della Colonizzazione Italiana nello Stato del Rio Grande del Sud, declarava:
O mesmo espírito animou escritores como Celeste Gobbato para no mesmo álbum dizerem que o governo não poderia ter escolhido melhor material humano para sua empresa colonizadora, exaltando as qualidades supostamente inatas dos italianos. Tal posicionamento ufanista e racista, que não estava isento de manipulação estrangeira, não teve um final feliz. Getúlio Vargas a partir de 1930 adotou uma linha de desenvolvimento nacionalista, passando a reprimir a autonomia estadual e as singularidades regionais, os chamados "quistos sociais" que haviam se formado "imprudentemente" em várias regiões do Brasil inclusive no sul. Nesse momento a auto-imagem excessivamente otimista e confiante construída pelos italianos começou a ser posta abaixo, e em vez de colaboradores no processo de crescimento e povoação brasileiros os imigrantes passaram a ser vistos como potenciais inimigos da pátria. O processo chegou a uma culminação com a entrada do Brasil na II Guerra Mundial ao lado dos Aliados contra os países do Eixo, ocasionando uma ruptura profunda dos laços entre Itália e Brasil, com pesadas consequências para a região de imigração.[74][75]
Nesse ínterim, a administração municipal também sofria mudanças. O desenvolvimento de toda a região leva alguns distritos caxienses a reivindicarem autonomia, e assim em 1924 Nova Trento, e em 1934 Nova Vicenza, se emancipam. Na sede o sistema dos Intendentes assessorados pelo Conselho Municipal funcionou até 1930, quando o novo governo revolucionário brasileiro instituiu a figura do Prefeito. O legislativo foi fechado e em seu lugar foi instalado um Conselho Consultivo com três membros, permanecendo em atividade até 1935, quando foi estruturada a nova Câmara de Vereadores brasileira, adequando-se ao que previa a Constituição de 1934. Esse modelo permaneceu em vigor até 1937, quando uma reforma na lei dissolveu outra vez os legislativos. Só voltariam a se reunir em 1947, acompanhando a nova Constituição de 1946.[76] Um pouco antes, em 29 de dezembro de 1944 a administração municipal, através do Decreto nº 720, mudara a divisão territorial da cidade criando novos bairros, e também o seu nome, até então simplesmente Caxias, para Caxias do Sul.[77] O crescimento urbano passou a exigir alterações na legislação também no que dizia respeito ao urbanismo, saúde pública, ocupação do espaço por particulares e outras matérias.